As alopecias são afecções caracterizadas pela diminuição ou ausência de cabelos ou pelos. As mais comuns são a alopecia areata (pelada), a alopecia androgenética e o eflúvio telógeno.
Alopecia areata
A alopecia areata caracteriza-se pela perda de cabelos em áreas redondas ou ovais, sem sinais inflamatórios. Ocorre em qualquer idade, mais comum entre os 20 e 50 anos em ambos os sexos. Além disso, não é contagiosa. A causa é desconhecida, mas podem existir fatores genético-hereditários, emocionais e fatores imunológicos, podendo estar associada a doenças autoimunes.
Existem formas mais localizadas ou extensas. Na maioria dos casos, lesões localizadas regridem em torno de 2 a 6 meses, no entanto as extensas são de prognóstico grave e podem acometer todo o couro cabeludo, bem como sobrancelhas e cílios. O tratamento pode ser feito com uso de corticoide tópico, minoxidil loção e infiltrações quinzenais de corticoide injetável nas áreas afetadas, que costumam ser bastante efetivas.
Alopecia androgenética
A alopecia androgenética, ou calvície, é muito comum em homens e menos frequente em mulheres. É geneticamente determinada com a participação de hormônios masculinos (androgênicos). Se inicia após a puberdade nos homens, geralmente com perda de cabelos na linha frontal do couro cabeludo com entradas laterais ou no topo da cabeça. A progressão pode ser lenta ou rápida, poupando a região das têmporas e nuca. Apesar de depender da ação de hormônios androgênicos, na maioria das vezes os níveis hormonais no sangue estão normais. Nas mulheres os cabelos tendem a tornar-se mais finos e há uma rarefação difusa nas regiões frontais e laterais da cabeça, sem formar áreas de calvície, deixando o couro cabeludo visível. É frequente se relacionar com alterações hormonais e irregularidades menstruais, acne, obesidade e excesso de pelos no corpo.
No tratamento, usam-se substâncias estimulantes do crescimento dos fios como o minoxidil em soluções tópicas, o alfaestradiol e aplicação de LED com emissão de luz vermelha. Assim como microagulhamento capilar seguido de aplicação de substâncias revitalizantes (Drug delivery), intradermoterapia com minoxidil, finasterida, vitaminas e aminoácidos. Nos homens é frequente o uso de finasterida via oral, de modo contínuo por anos, a fim de evitar que a queda progrida. Em casos mais extensos pode ser feito transplante capilar, cuja técnica evoluiu bastante nos últimos anos. Nas mulheres são mais utilizados os anticoncepcionais orais, antiandrogenos como ciproterona e espironolactona. No entanto, a finasterida oral também pode ser usada associada a anticoncepcionais ou pós menopausa.
Eflúvio telógeno
O eflúvio telógeno manifesta-se como um aumento da queda diária dos cabelos, geralmente não perceptível ao exame clínico. O crescimento dos cabelos apresenta ciclos no decorrer da vida, havendo fase de crescimento contínuo que dura meses ou anos (anágena). Em seguida, ocorre a fase de parada do crescimento (catágena) e, posteriormente, de queda (telógena). Alguns fatores podem atuar sobre o cabelo de forma gradual determinando uma interrupção da fase anágena de crescimento, ocorrendo maior perda de fios por aumento dos cabelos telógeno. Pode ocorrer por diferentes causas:
- Pós-parto: devido a alterações hormonais podendo persistir por meses;
- Suspensão do uso de anticoncepcionais orais;
- Dieta de emagrecimento: devido a carência alimentar ou medicamentos usados para diminuir o apetite;
- Deficiências proteicas: de ferro e de zinco;
- Estresse prolongado;
- Doenças sistêmicas: doenças tireoidianas, lúpus sistêmico, anemias, diabetes graves e hepatites;
- Após doenças infecciosas ou febris;
- Após cirurgias: especialmente a bariátrica.
Às vezes, não há fator causal. Nesse sentido, ocorre por variação cíclica do número de fios telógenos. Considera-se normal a perda de até 100 fios de cabelos por dia.
Pode ser feito o exame tricograma, no qual alguns fios são retirados e analisados em microscópio o que permite detectar em que fase os fios se encontram. O exame normal revela 80 a 90% de fios anágenos. No tricograma telógeno observa-se mais de 20% de cabelos em queda. Podem ser solicitados exames como hemograma, dosagem de ferro sérico, ferritina e outros, quando indicados.
É uma afecção autolimitada, geralmente durando de dois a quatro meses. Orienta-se tratar as causas ou fatores predisponentes, esclarecer que uma perda de até 100 fios por dia é normal, dieta rica em proteínas, vitaminas e minerais, controle do estresse, evitar químicas e traumas nos fios. Especialmente em pacientes que já tenham alopecia androgenética ou senil (após os 60 anos), algumas medicações tópicas estimuladoras do crescimento podem ser usadas e complexos vitamínicos e proteicos para acelerar o processo de recuperação.
Procure sempre um dermatologista para determinar qual tipo de queda se apresenta e para indicar o melhor tratamento para seu caso.